O objetivo deste estudo é propor uma releitura da Regra do Carmo a partir dos seus aspectos eclesiológicos, com o intuito de perceber como a fraternidade carmelitana, que está na base do seu propositum, sintetizada na frase "In obsequio Iesu Christi", pode ser relida a partir do Concílio Vaticano II, tendo como inspiração o modelo da Igreja de Comunhão. A finalidade é, pois, analisar se na Regra, principalmente nos elementos que estruturam a vida fraterna, encontram-se aspectos de uma visão eclesiológica que evoca os mesmos valores eclesiais da Igreja primitiva, os quais podem revelar qual é o «rosto» da Igreja que os carmelitas assumem na vivência do carisma, relido a partir dos desafios da nova eclesiologia conciliar. Aprofundando tal aspecto, a Ordem pode, de uma forma mais consciente e fecunda, ser presença na comunidade cristã, com o seu contributo específico no contínuo processo de reflexão e recepção da eclesiologia do Concílio, que ainda representa um grande desafio para toda a Igreja.